sábado, 13 de setembro de 2008

Do amor e do Vício

II

Escolha sóbrio o que vai beber
E tente não mudar a escolha muitas vezes
No decorrer da noite
Para as conversas intermináveis de mesa de bar
Tome cerveja. É barato e não tomba ninguém

Para os jantares românticos escolha um vinho
Repara que o encanto do vinho
Não é o preço nem o gosto
A graça do vinho é o tinto. E todos eles são assim
(de preferência com um queijo e um pão português,
Seja ele qual for)
Para comemorações abra uma espumante
E não tenha receio de banhar quem ama
Numa boa espumante

Não aconselho Vodka, Uísque, Saquê ou similares
A menos que sejam oferecidos
Não se presta confiar em bebidas estrangeiras
Se conseguir não misture. Muito
Não procure no álcool o sabor
Procure no álcool o próprio álcool
E se isso não bastar não tome

Mas quando o coração doer de não ter jeito
Ou a solidão for mais forte que a vontade de viver
Aí não tem remédio, procura qualquer boteco
Se possível um com banheiro
E beba toda cachaça que aguentar
Quando um amigo de muito está sofrendo
Ou quando um grande amor morreu
Vá um boteco, qualquer um mesmo
E só tome aguardente
Até arder, até dormir

Até

3 comentários:

Clarissa Santos disse...

Clarissa sai e deixa um bilhetinho amarelo pregado na porta:
Fui pro boteco! Até.


:*

Anônimo disse...

Poema ébrio aos sóbrios de amor...


Só minha vista deste ponto :)

Gabriela Alcântara disse...

"Mas quando o coração doer de não ter jeito
Ou a solidão for mais forte que a vontade de viver
Aí não tem remédio, procura qualquer boteco
Se possível um com banheiro
E beba toda cachaça que aguentar
Quando um amigo de muito está sofrendo
Ou quando um grande amor morreu
Vá um boteco, qualquer um mesmo
E só tome aguardente
Até arder, até dormir"

apoiado, muito apoiado.