domingo, 9 de novembro de 2008

Do amor e da Poesia

III

Sê tão sincero quanto pode quando escrever
Não importa se mentes ou para quem mentes
Quando escrever, não escreva por ninguém
Nem por si, assim não há a quem mentir
Não se prova nada num poema, não está lá
A resposta das coisas ou a revelação do mistério
No poema não se apontam caminhos
Ou se ensinam ofícios, o poema
Raramente é entendido por quem lê
Da forma como foi concebido por quem fez
Assim, ele pode ser integro e franco
Principalmente, você não terá que se enganar

Não importa quantas moças pensam ser únicas
Ou quantos sabem feitos que você não fez
Não faz diferença com quantas transou
Ou quanto fumou, ou quanto bebeu, ou
Por onde andou
Para teus versos
Importa apenas que seja sincero
Que os veja sem preconceitos, sem máscaras
Que não tenha nada em mente ao recebê-los
Para poder sentir o que dizem em essência
Ao escrever teus poemas
Não teme

Entrega teu ser a teus versos
Como quem se entrega nos braços da mulher amada
No mais completo desvario
Na mais completa ausência
Pela mais pura necessidade
E assim como não presta doar-se à mulher amada
Se não for por completo
Não corra para sua poesia para ser consolado
Não corra para sua poesia chorar lágrimas
Ou em busca de qualquer prazer
Doa-se a tua poesia por estar completo
Inteiro e pronto para ela

Um comentário:

Anônimo disse...

Um poema de generosidades...